Agro brasileiro comercializou R$ 7,56 trilhões em 2023, revela estudo do Empresômetro
As empresas do agronegócio e os produtores rurais brasileiros movimentaram R$ 7,56 trilhões em 2023, o que representa 32,31% das operações de compra e venda registradas no país. Os dados são de um estudo inédito divulgado nesta sexta-feira, 1º, pelo Empresômetro, uma spin-off do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
A análise, que levou seis meses para ser concluída e se baseou em notas fiscais eletrônicas com CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica) diretamente relacionadas ao setor agro, teve como objetivo mapear e entender cada segmento do setor. No levantamento, o Empresômetro analisou dois tipos de valor:
O valor transacionado pelo agronegócio atingiu R$ 11,53 trilhões — o equivalente a 32,59% do total de operações no Brasil em 2023, que somaram R$ 34,29 trilhões.
A soja ilustra esse tipo de transação: o grão é vendido pelo produtor à cooperativa, depois para a trading e, por fim, exportado para a China, o principal destino da commodity brasileira. Cada etapa envolve uma nova operação de venda, somando valor transacionado ao total.
O processo faz o valor do produto ser contabilizado em diversas etapas, mas o valor comercializado refere-se apenas à compra e venda inicial, evitando duplicidade nos cálculos do Empresômetro.
Os 10 maiores grupos de comercialização
O estudo do Empresômetro também agrupou os registros das notas fiscais em 26 categorias do agronegócio. As 10 com maior participação no valor comercializado foram soja (15,32%), insumos (12,51%), máquinas e equipamentos (7,73%), carnes (7,18%), alimentação humana (6,92%), bebidas (5,34%), milho (4,18%), animais vivos (4,15%), álcool (3,85%) e combustível (3,40%).
Somente a soja teve um valor transacionado de R$ 1,76 trilhão em 2023. Já o total comercializado chegou a R$ 1,31 trilhão.
A definição do que integra o agro considerou tanto a produção agropecuária “da porteira para dentro” quanto outras partes da cadeia, como indústria de transformação, insumos e serviços. As bebidas foram incluídas como um ramo do agronegócio por conterem matéria-prima de origem vegetal – cerveja, vinho e cachaça, por exemplo, têm origem em cevada, uva e cana-de-açúcar. O mesmo critério se aplicou aos biocombustíveis, como etanol e biodiesel.
A pesquisa estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) do agro foi de R$ 2,58 trilhões em 2023, representando 23,08% do total do país (R$ 9,91 trilhões).
O levantamento também apontou que o agro correspondeu a 24,73% da arrecadação tributária do Brasil no ano passado, somando R$ 897,46 bilhões de um total de R$ 3,62 trilhões. O setor primário respondeu por 18,45% do valor total de tributos – menor em comparação com os setores secundário (49,17%) e terciário (32,38%).
Os setores da economia organizam as atividades econômicas e produtivas da sociedade em três grandes áreas: o setor primário, que abrange a agricultura, pecuária e extrativismo; o setor secundário, que compreende as atividades industriais de transformação; e o setor terciário, que inclui os serviços — formais ou informais — e as atividades comerciais em diversas áreas.
O perfil das empresas do agro
O levantamento indica que existem 25.050.284 empresas no Brasil. Dessas, 3.348.138 pertencem ao setor do agronegócio, o que representa 13,37% do total. As empresas foram categorizadas conforme seu porte:
- Microempreendedor Individual (MEI): com faturamento de até R$ 100 mil;
- Microempresa: de R$ 100 mil a R$ 3,8 milhões;
- Pequena empresa: de R$ 3,8 milhões a R$ 10 milhões;
- Média empresa: entre R$ 10 milhões e R$ 100 milhões;
- Grande empresa: acima de R$ 100 milhões.
Segundo o Empresômetro, a maioria das empresas do agronegócio são MEIs, com um total de 1.415.546 empresas, ou seja, 42,28% do setor – o número reflete um crescimento de 13,8% em relação a 2022. Ainda há 1.137.647 pequenas empresas (33,98%), o que representa alta de 7,1% em comparação ao levantamento anterior, 749.616 microempresas (22,39%), 37.932 empresas médias (1,13%) e 7.397 grandes empresas (0,22%).
Grande parte dos estabelecimentos de agronegócio está localizada em São Paulo (39,89%), somando 1.335.629 empresas. Na sequência, aparecem os estados de Minas Gerais (9,17%), Rio de Janeiro (6,13%), Paraná (5,63%) e Rio Grande do Sul (5,31%). Estes cinco estados concentram 66,13% das empresas do agronegócio no Brasil.
O perfil dos produtores
O levantamento do Empresômetro contabilizou 5.522.384 produtores rurais no Brasil, dos quais 3.916.486 são pessoas físicas, representando 70,93% do total. A maioria dos produtores registrados com CPF reside no Nordeste (46,01% ou 1.802.120). As demais regiões concentram:
- 748.781 produtores no Sudeste (19,12%);
- 644.227 no Sul (16,45%);
- 451.274 no Norte (11,52%);
- 270.192 no Centro-Oeste (6,90%).
Para mapear os produtores rurais pessoas físicas, os dados foram verificados por meio do cruzamento de notas fiscais eletrônicas com cadastros oficiais, como do Incra e registros estaduais. Como o estudo considerou apenas as transações com nota fiscal eletrônica, foi possível excluir gastos pessoais ou sem relação com atividades rurais.
A pesquisa mostrou também que os cinco estados com o maior número de produtores rurais são:
- Bahia: 608.907 produtores (15,55% do total);
- Minas Gerais: 449.867 (11,49%);
- Ceará: 302.799 (7,73%);
- Rio Grande do Sul: 272.059 (6,95%);
- Paraná: 227.848 (5,82%).
Fonte: Agro brasileiro comercializou R$ 7,56 trilhões em 2023, revela estudo do Empresômetro | Exame
Sistemas de gestão inteligente melhoram a eficiência no varejo de moda no Brasil
Os sistemas de gestão inteligentes estão transformando o varejo de moda no Brasil, melhorando a eficiência e a rentabilidade. Eles ajudam a enfrentar desafios como a complexidade fiscal e a gestão de estoques, utilizando inteligência artificial para detectar erros e otimizar processos, resultando em custos reduzidos e margens de lucro aumentadas
O setor de moda brasileiro enfrenta desafios complexos, especialmente em relação à legislação fiscal e à gestão de estoques. Para lidar com essas dificuldades, marcas de varejo estão investindo em sistemas de gestão que automatizam processos e ajudam no cumprimento das exigências fiscais. A tecnologia tem se tornado uma aliada essencial para empresas do setor, proporcionando redução de custos operacionais e eficiência tanto em lojas físicas quanto no e-commerce.
As marcas de moda estão adotando sistemas de gestão que identificam inconsistências fiscais, otimizam estoques e integram canais de venda, o que melhora a eficiência das operações. Dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) revelam que as empresas no Brasil gastam cerca de 1.958 horas anuais com obrigações tributárias, um fator que aumenta o risco de falhas de compliance e gera custos de aproximadamente R$ 60 bilhões por ano — equivalente a 1,5% do PIB. Em contraste, na Bolívia, as empresas dedicam cerca de 1.025 horas anuais às obrigações fiscais, evidenciando as dificuldades adicionais enfrentadas no Brasil.
A adoção de sistemas de gestão específicos pode aliviar esses encargos operacionais e fiscais, ao identificar inconsistências e alertar gestores em tempo real, o que possibilita ajustes rápidos. “Com a crescente complexidade do sistema fiscal brasileiro, é fundamental que as empresas adotem tecnologias avançadas que otimizem o processo de identificação de erros e inconformidades, sejam elas de ordem fiscal ou na gestão de estoque. Isso garante mais segurança e eficiência para as empresas”, explica João Busin, especialista em software de gestão para o varejo.
Gestão de estoques e eficiência operacional
No varejo de moda, a gestão de estoques é fundamental. A volatilidade do setor exige dos empresários uma visão detalhada sobre os produtos disponíveis, tanto nas lojas físicas quanto no e-commerce. A tecnologia, incluindo o uso de inteligência artificial (IA), permite a identificação de itens parados ou com baixa rotatividade, facilitando a tomada de decisão para promoções ou reabastecimento. Segundo a consultoria McKinsey, empresas que utilizam sistemas de gestão inteligente conseguem reduzir em até 20% a necessidade de capital de giro, graças ao melhor ajuste entre oferta e demanda.
A automação de processos repetitivos, como a gestão de pedidos de compras e vendas e o rastreamento de inventário, contribui para uma resposta mais ágil às mudanças do mercado. Essa capacidade de prever demandas e ajustar o estoque é essencial para os lojistas, ajudando a evitar excessos e faltas de produtos.
Integração entre lojas físicas e e-commerce
Com o crescimento do e-commerce, que movimentou bilhões de reais no Brasil em 2023, as empresas de moda precisam unificar e gerenciar as vendas em múltiplos canais eficientemente. A sincronização entre estoques de lojas físicas e plataformas on-line tornou-se essencial para garantir que os clientes tenham uma experiência de compra integrada e satisfatória. Sistemas de gestão que utilizam inteligência artificial facilitam essa integração, permitindo uma visão centralizada das operações e evitando descompassos entre vendas on-line e off-line.
Essa eficiência operacional se traduz em menor necessidade de capital de giro e maior capacidade de resposta às mudanças do mercado. O uso de sistemas em nuvem permite que os lojistas tenham acesso rápido e seguro às informações de estoque, garantindo maior agilidade nas operações.
Sistemas de gestão para o varejo de moda no Brasil
A escolha do software de gestão ideal para o setor de moda exige atenção às funcionalidades específicas que atendam às demandas deste mercado. “Um sistema de gestão eficaz deve incorporar inteligência para detectar inconsistências fiscais e de estoque, permitindo que as empresas se adaptem à complexidade da legislação brasileira. Além disso, soluções em nuvem são fundamentais para garantir a segurança e acessibilidade dos documentos fiscais, promovendo uma gestão mais ágil e protegida”, afirma João Busin, especialista em gestão de lojas de roupas.
Fonte: Sistemas de gestão inteligente melhoram a eficiência no varejo de moda no Brasil –
Consequências da Reforma Tributária para o setor supermercadista; entenda os desafios segundo IBPT
Para a elaboração do presente artigo efetuamos uma pesquisa geral em publicações constantes no mundo eletrônico, principalmente em matéria do jornalista Anderson Mello, do site Tax Group, sobre o referido assunto, o que nos ajudou a embasar a ideia, os conceitos e a conclusão aqui descritos.
Com a aprovação da Reforma Tributária no Brasil, o setor supermercadista enfrenta uma série de mudanças significativas, especialmente em relação à tributação de produtos essenciais. Essa Reforma altera os tributos incidentes sobre os itens da cesta básica nacional, cria novas categorias de isenção e redução de alíquota e introduz o Imposto Seletivo, voltado para produtos considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente. A seguir, detalhamos os principais pontos de impacto para o setor e os desafios que surgem com as novas regras.
Nova estrutura tributária, IVA Dual e alíquota média: a Reforma institui o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual, composto pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), gerido por estados e municípios, e pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal. A alíquota média do IVA deve variar entre 26,5% e 27,97%, com um impacto amplo na cadeia supermercadista e uma possível elevação dos custos repassados ao consumidor. Dessa forma, as empresas supermercadistas precisam adaptar suas operações para lidar com as mudanças na tributação e repensar estratégias para manter a competitividade e a acessibilidade dos produtos.
Cesta básica nacional, com alíquotas zero e reduzidas: na tentativa de minimizar o impacto no custo de vida, a Reforma estabelece isenção total de impostos para itens da cesta básica e uma redução de 60% na alíquota padrão para produtos específicos. Essa mudança é particularmente relevante para alimentos essenciais, como arroz, leite, feijão e frutas, que terão suas alíquotas zeradas, e para proteínas animais, como carnes bovina, suína e de aves, que contarão com uma tributação reduzida. Atualmente, esses itens têm uma tributação média de 8%, que será eliminada para itens essenciais, enquanto a “cesta estendida” terá um cashback (retorno de parte do valor da tributação no consumo para a população mais pobre), permitindo tributos reduzidos, especialmente para os consumidores de baixa renda.
Produtos isentos e com alíquota reduzida: a Reforma também inclui uma lista de produtos essenciais que terão isenção completa de impostos no setor atacadista e supermercadista. Os itens isentos abrangem alimentos como arroz, feijão, manteiga, frutas e farinha. Já produtos como carnes e derivados, massas e sucos naturais terão uma redução de 60% na alíquota padrão, o que deverá garantir preços mais acessíveis ao consumidor.
Lista de produtos isentos: arroz, leite, feijões, frutas, manteiga, margarina e ovos. E sobre os produtos com redução de 60% são as carnes, peixes, queijo, leite fermentado, mel, óleos vegetais e sucos naturais.
Fonte: Consequências da Reforma Tributária para o setor supermercadista; entenda os… – Notícias Agrícolas