O futuro do Simples Nacional na Reforma Tributária: o que muda e quem vai sobreviver

O futuro do Simples Nacional na Reforma Tributária: o que muda e quem vai sobreviver

O Simples deixará de ser “simples”

A Reforma Tributária do consumo está prestes a redefinir o jogo para milhões de empresas brasileiras.
E uma coisa é certa: o Simples Nacional deixará de ser tão simples quanto o nome sugere — especialmente para quem atua vendendo para outras empresas (B2B).

Por trás das promessas de simplificação, a criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) trará uma nova dinâmica: quem gera crédito tributário será mais competitivo.
E esse detalhe muda tudo.

O jogo mudou: o crédito é a nova moeda

Hoje, as empresas optantes do Simples Nacional não geram créditos tributários integrais para seus clientes.
Com a chegada do IBS e da CBS, essa limitação se tornará um fator de decisão comercial: empresas maiores tenderão a preferir fornecedores que gerem crédito — ou seja, aquelas que saírem do Simples ou aderirem ao novo Regime Híbrido.

O que antes era uma escolha contábil, agora passa a ser estratégia de sobrevivência.
O crédito se tornará a nova moeda da competitividade.

O alerta está nos dados: o Simples não é tão simples assim

Um estudo inédito do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação e do Empresômetro , apresentado durante o Tax Summit 2025, revelou um dado preocupante:
Mais de 70% das empresas do Simples atuam na cadeia intermediária da economia, ou seja, vendem para outras empresas — e não para o consumidor final.

Essas empresas estão no coração da cadeia produtiva brasileira: indústrias de transformação, transporte, insumos agrícolas, serviços técnicos e profissionais especializados.

Mas são exatamente elas que, com a Reforma, correm o maior risco de perder contratos e competitividade.

⚠️ A armadilha da “nova receita bruta”

O projeto de regulamentação da Reforma (PLP 68/24) redefine o conceito de receita bruta:
passa a incluir todas as receitas relacionadas ao objeto principal da empresa, e não apenas vendas e serviços.

Esse detalhe técnico tem consequências gigantescas: muitas empresas que hoje estão confortavelmente dentro do limite de R$ 4,8 milhões podem ultrapassá-lo sem perceber, apenas por causa de ajustes contábeis e novos critérios de enquadramento.

Ou seja: o Simples poderá expulsar quem mais depende dele.

O Regime Híbrido: uma nova saída (ou uma armadilha?)

A criação do Regime Híbrido permitirá que micro e pequenas empresas saiam do Simples apenas para apurar IBS e CBS de forma similar às grandes — gerando crédito integral para seus clientes.

Na prática, isso pode ser uma oportunidade estratégica para fornecedores que atuam com clientes do Lucro Real ou Presumido.

Mas também pode se tornar uma armadilha administrativa: mais burocracia, novas declarações, e risco de aumento na carga tributária caso a transição não seja bem planejada.

A decisão que todo empresário precisa tomar

O empresário brasileiro sempre precisou equilibrar simplicidade e sobrevivência.
Mas a Reforma Tributária elevou esse dilema a outro patamar.

Nos próximos meses, será preciso responder a uma pergunta essencial:

Ficar no Simples para pagar menos tributo, ou sair do Simples para continuar competitivo?

O futuro do Simples Nacional será decidido por dados, estratégia e inteligência tributária — não mais por tradição ou conforto.

É como eu tenho falado sempre :

“Gerar crédito ou não gerar crédito — eis a questão.”

Por Carlos Pinto

Diretor do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação
Advogado e empresário. Fundador do Empresômetro e do escritório Carlos Pinto Advocacia Estratégica.
Conhecido como “Advogado do Futuro”, atua conectando dados, tecnologia e estratégia para orientar empresas a crescerem com segurança e inteligência no novo cenário tributário brasileiro.


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Sobre o IBPT

Os estudos do IBPT são referências no mercado e visam identificar a carga tributária dos diversos setores da economia brasileira ou de uma empresa, especificamente. Eles fornecem um diagnóstico da tributação que incide sobre determinadas atividades, com dados suficientes para implementar uma gestão tributária e aumentar a competitividade. Realizamos pesquisas corporativas e de setores específicos para reduzir o peso dos tributos por meio de uma gestão tributária eficiente.

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