Reforma Tributária deve ampliar crédito tributário e reduzir sonegação, avalia presidente do IBPT

Apesar dos desafios previstos para os próximos anos, o novo sistema tributário brasileiro tende a ampliar o acesso ao crédito para empresas e contribuir para a redução da sonegação fiscal. A análise é do presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike, apresentada durante o primeiro dia da 2ª edição do Workshop “Por dentro da Reforma Tributária”, evento promovido pelo Instituto com a participação de empresários de diversos setores.

Segundo Olenike, o modelo que está sendo implementado valoriza o crédito tributário em toda a cadeia de consumo, o que tende a transformar o comportamento das empresas — especialmente aquelas que atuam na informalidade.

“Quem não fornecer crédito poderá ficar fora do mercado. Para isso, automaticamente, terão que cessar a sonegação fiscal. Ao final do período de transição de oito anos, o sistema será menos burocrático e veremos queda expressiva na inadimplência.”
— João Eloi Olenike, presidente-executivo do IBPT


Burocracia no curto prazo e aumento no número de normas

Durante sua apresentação, Olenike também chamou atenção para um dos principais efeitos colaterais da transição: o aumento da burocracia nos próximos anos. Segundo dados do estudo do IBPT “Quantidade de Normas Editadas no Brasil nos 37 anos da Constituição Federal”, o país já acumula mais de 542 mil normas tributárias desde 1988 — número que tende a crescer no período de adaptação ao novo modelo.

Além do volume normativo, o presidente destacou desafios adicionais:

  • maior complexidade nos procedimentos durante a transição;
  • crescimento dos custos de conformidade;
  • necessidade de adequação tecnológica;
  • aumento de gastos operacionais para empresas de todos os portes.

“A reforma poderia ser mais justa para o contribuinte, mas é inegável que trará simplificação ao sistema. O desafio é enfrentar esse momento inicial. Grandes e pequenas empresas terão gastos semelhantes para se adequar — e a solução pode estar em transformar parte desses custos em créditos para abatimento dos novos tributos.”
— Olenike


Estados e municípios precisarão rever estratégias

Outro ponto importante discutido no evento foi a mudança na lógica da cobrança dos tributos, que passará a ocorrer no destino, ou seja, no local de consumo, e não mais na origem da produção.

O Consultor do Senado Federal e especialista em Finanças Públicas e Estudos Econômico-Fiscais, Fábio Dáquilla, destacou que essa alteração tende a favorecer grandes centros consumidores.

“Estados e municípios devem analisar suas vocações, promover reformas internas e atuar como escritórios de projetos, captando recursos e se posicionando como balcões de negócios.”
— Fábio Dáquilla

Para as empresas, o especialista reforça que o período de transição será determinante para a saúde financeira e competitividade futura. Ele recomenda revisões anuais em:

  • estrutura de preços;
  • público-alvo;
  • processos operacionais;
  • contratos com impacto tributário.

Neutralidade da reforma e desafios para implementação

Encerrando o debate, o presidente do Conselho Superior do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, alertou sobre a dificuldade de garantir a prometida neutralidade tributária — um dos objetivos centrais da reforma.

A expectativa é que o curto prazo seja marcado por:

  • aumento de normas;
  • reorganização de processos;
  • incertezas operacionais;
  • necessidade de investimentos imediatos.

“Para superar os desafios, será essencial investir em planejamento estratégico, revisar contratos e acordos comerciais, além de capacitar equipes e modernizar tecnologias — com urgência.”
— Gilberto Luiz do Amaral


Conclusão

A Reforma Tributária representa um dos maiores movimentos de reorganização fiscal da história recente do país. Embora o processo de transição imponha desafios significativos — especialmente em termos de burocracia, custos de conformidade e adaptação tecnológica — especialistas do IBPT apontam que os benefícios de médio e longo prazo tendem a superar as dificuldades iniciais.

Entre os principais pontos positivos estão:

  • ampliação do crédito tributário;
  • maior transparência nas operações;
  • estímulo à formalidade;
  • queda na sonegação;
  • simplificação do sistema após o período de transição.

Fonte:“Apesar dos desafios, a Reforma Tributária trará ampliação do crédito… – Notícias Agrícolas

Sobre o IBPT

Os estudos do IBPT são referências no mercado e visam identificar a carga tributária dos diversos setores da economia brasileira ou de uma empresa, especificamente. Eles fornecem um diagnóstico da tributação que incide sobre determinadas atividades, com dados suficientes para implementar uma gestão tributária e aumentar a competitividade. Realizamos pesquisas corporativas e de setores específicos para reduzir o peso dos tributos por meio de uma gestão tributária eficiente.

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