Taxação de 50% dos EUA: O que o Brasil pode perder?

O presente artigo tem como objetivo oferecer uma análise atualizada, sobre as consequências para o Governo, Consumidores e Contribuintes. Ou seja, o que pode advir da super taxação de 50% imputadas pelos Estados Unidos da América, com as exportações brasileiras para aquele país, que entrarão e vigor a partir de 01 de agosto de 2025.

Essa medida unilateral traz impactos significativos para o governo, os contribuintes e os consumidores brasileiros. essa análise considera dados econômicos recentes, reações oficiais e projeções, com uma visão crítica sobre os efeitos e as narrativas envolvidas.

Como consequências para o Governo brasileiro, temos a perda de Receita de Exportação para os EUA que somaram US$ 20,02 bilhões no primeiro semestre de 2025, com destaque para petróleo, aço, café e carne. A tarifa de 50% encarecerá esses produtos, reduzindo sua competitividade e, possivelmente, diminuindo o volume exportado em 30% a 50%, especialmente em setores como agronegócio e siderurgia. Isso pode gerar uma perda de divisas estimada em US$ 6 a 10 bilhões anuais, afetando o equilíbrio da balança comercial, que já registrou déficit de US$ 1,67 bilhão com os EUA no mesmo período.

Teremos como efeito imediato a Pressão Fiscal e Orçamentária, ou seja, com menos dólares entrando, o governo enfrentará desafios para honrar dívidas externas (dívida pública projetada em 79,6% do PIB em 2028) e financiar importações essenciais, como máquinas e combustíveis (US$ 21,70 bilhões importados dos EUA no semestre). A desvalorização do real (potencial de 1,5% segundo o Bradesco) pode aumentar o custo de importações, pressionando a inflação (IPCA) e exigindo ajustes no contingenciamento orçamentário, já em R$ 31,3 bilhões.

A justificativa do Presidente Trump (reciprocidade e ataques ao STF) parece mais política que econômica, dado o superávit histórico dos EUA com o Brasil. Isso sugere que o governo brasileiro pode estar reagindo a uma retaliação simbólica, o que exige cautela para evitar decisões precipitadas que agravarão a crise.

E quais serão as consequências para os consumidores e contribuintes brasileiros? Haverá uma redução de Empregos e Renda: setores como agronegócio (5,589 bilhões em exportações semestrais) e indústria (79% dos embarques são bens industriais) geram 24,3 mil empregos por bilhão de dólares exportado. Uma queda de 5% nas exportações (US$ 2 bilhões, segundo Bradesco) pode eliminar até 48 mil empregos, afetando diretamente trabalhadores rurais e industriais, muitos na informalidade (48,3 milhões). A massa salarial (R$ 531,8 milhões por bilhão exportado) também será reduzida.

E com relação à carga tributária o que mudará, haverá um aumento da Carga Tributária Indireta. Com a perda de receita, o Governo pode recorrer a ajustes fiscais, como elevar impostos internos (ex.: IOF, PIS/COFINS) ou adiar desonerações, transferindo o ônus aos contribuintes. A dependência de transferências sociais pode crescer, pressionando o orçamento público.

E as consequências para os Consumidores Brasileiros serão no encarecimento de produtos: redução das exportações pode levar a um excedente interno de commodities (ex.: carne, café), inicialmente baixando preços, mas, a desvalorização do real e a menor oferta de divisas, aumentarão os custos de importados (máquinas, combustíveis), pressionando a cesta básica e o diesel. Posts em X sugerem que alimentos e combustíveis subirão, afetando o bolso do consumidor.

Além disso, com certeza teremos a perda de competitividade global: com o mercado americano (10% das exportações totais) enfraquecido, produtores podem diversificar para outros países (China, UE), mas isso exige ajustes logísticos e pode não compensar perdas imediatas, mantendo preços elevados no curto prazo.

A taxação extra de 50% impactará o governo com perda de divisas, pressão fiscal e desafios diplomáticos; os contribuintes com redução de empregos e aumento de impostos indiretos; e os consumidores com encarecimento de bens e combustíveis. A gravidade dependerá da resposta brasileira (negociação ou retaliação) e da capacidade de diversificar mercados.

A situação exige cautela para se evitar uma escalada de causas maléficas para o nosso país que, economicamente, já vive uma situação bastante problemática, mas que pode criar ainda mais expectativas negativas para o futuro.

João Eloi Olenike – presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)

Fonte:JOÃO ELOI OLENIKE – SUPER TAXA DOS EUA SOBRE EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS – Bahia Economica

Sobre o IBPT

Os estudos do IBPT são referências no mercado e visam identificar a carga tributária dos diversos setores da economia brasileira ou de uma empresa, especificamente. Eles fornecem um diagnóstico da tributação que incide sobre determinadas atividades, com dados suficientes para implementar uma gestão tributária e aumentar a competitividade. Realizamos pesquisas corporativas e de setores específicos para reduzir o peso dos tributos por meio de uma gestão tributária eficiente.

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