Governo revoga fiscalização do Pix: O que isso significa?

O governo federal anunciou a revogação da instrução normativa sobre o Pix, trazendo mudanças importantes para o cotidiano financeiro dos brasileiros. Neste artigo, Dr. Carlos Alberto Pinto, diretor do IBPT, explica as implicações dessa decisão.

O que foi revogado?

A instrução normativa da Receita Federal que obrigava fintechs e operadoras de crédito a reportarem transações financeiras superiores a R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas foi revogada. Com isso, o governo alterou a forma como as informações sobre transações via Pix seriam enviadas à Receita Federal, especialmente sobre o monitoramento de transações de valores altos.

O que mudou no Pix em 2025?

Em 2025, as regras para transações via Pix continuam inalteradas para o consumidor. A única mudança dizia respeito às instituições financeiras, que precisavam enviar informações sobre transações de valores elevados à Receita Federal. Isso incluiria transferências acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas, utilizando o sistema e-Financeira da Receita.

Dr. Carlos Alberto Pinto explica que, mesmo com a norma em vigor, nem todos precisariam pagar imposto sobre a renda:

“Pagar-se-á tributos apenas aquele que houver discrepância. Se eu declaro R$ 10 mil de renda e receber R$ 40 mil ou R$ 50 mil de Pix, vai haver disparidade. A Receita fará cruzamentos para averiguar e, quando identificar disparidade de acordo com os parâmetros, vai convidar a pessoa a declarar a origem da renda para então determinar se é passível de tributação ou não.”

O Pix vai ser taxado?

Não, o Pix não será taxado. A revogação da medida não altera nada para o cliente, e as regras para tributar o Pix permanecem as mesmas. A Febraban deixou claro que as notícias sobre a taxação do Pix são falsas.

Dr. Carlos reforça que a única mudança está no limite a partir do qual as transações são obrigatoriamente reportadas à Receita Federal. Ele esclarece:

“Não há nada diferente do que já acontece. A Receita tem arcabouço de cruzamentos gigante. Quem recebe Pix só vai pagar imposto se suas transações forem acima do limite do Imposto de Renda. E não paga quem envia, mas quem tem acréscimo do patrimônio. Os cruzamentos que a Receita vai fazer vão estar condizentes com a capacidade financeira que cada um tenha declarado.”

O Pix vai ser fiscalizado?

A fiscalização sobre o Pix não ocorrerá diretamente. A Receita Federal apenas atualizou seus sistemas para incluir novos limites de reporte e algumas novas instituições financeiras que devem informar as transações. O limite mínimo para que as transações sejam reportadas subiu para R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas.

Dr. Carlos Alberto Pinto tranquiliza a população:

“Não há necessidade desse alarde. O Pix é uma evolução, o Brasil é um país super tecnológico quando a gente fala de aparatos bancários. Não são todos que devem se preocupar. Mas se eu puder dar alerta: aqueles que têm disparidade entre capacidade financeira declarada e patrimônio recorrente e acumulados, esses podem, sim, ser objetos de fiscalização da Receita.”

Revogação da medida sobre Pix

Na quarta-feira, 15, o governo federal anunciou a revogação da instrução normativa que ampliava a base de dados de transações financeiras via Pix e cartões de crédito. Essa revogação trouxe mudanças nos limites de movimentação, que agora voltam a ser os anteriores. O ministro Fernando Haddad afirmou que será editada uma nova Medida Provisória para garantir a segurança do Pix, incluindo a proteção do sigilo bancário e a gratuidade das transações.

Dr. Carlos finaliza, destacando que a decisão do governo foi mais estratégica que uma fragilidade, pois a Receita já possui ferramentas capazes de monitorar e cruzar essas informações de forma eficaz:

“Acredito que o fato de o governo ter recuado foi muito mais estratégico do que fragilidade, porque ele já detém o aparato ferramental capaz de gerar a informação. A gente precisa reforçar que a Receita tem documentos e ferramentas que cruzam isso de maneira simples, principalmente o e-Financeira.”

Fonte: Como vai funcionar o Pix em 2025: entenda em 4 pontos | Finanças | Valor Econômico

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Sobre o IBPT

Os estudos do IBPT são referências no mercado e visam identificar a carga tributária dos diversos setores da economia brasileira ou de uma empresa, especificamente. Eles fornecem um diagnóstico da tributação que incide sobre determinadas atividades, com dados suficientes para implementar uma gestão tributária e aumentar a competitividade. Realizamos pesquisas corporativas e de setores específicos para reduzir o peso dos tributos por meio de uma gestão tributária eficiente.

Posts Recentes

Siga-nos

No Youtube

Fique por dentro do IBPT

Assine nossa newsletter para receber nossas novidades.




    yes

    Enviar uma mensagem
    Posso ajudar?
    Olá 👋
    Podemos ajudá-lo?
    Close Bitnami banner
    Bitnami